Apesar do planejamento cuidadoso, visita de Trump enfrenta armadilhas potenciais.

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Visita de Estado de Donald Trump ao Reino Unido: Entre o Pompismo Real e as Armadilhas Políticas

A segunda visita de estado de Donald Trump ao Reino Unido, um evento sem precedentes para um não-membro da realeza, está novamente no centro das atenções, prometendo ser tão controversa quanto a primeira em 2019. Naquela ocasião, Trump gerou manchetes ao insultar o prefeito de Londres, Sadiq Khan, apoiar Boris Johnson e sugerir que o NHS britânico fizesse parte das negociações comerciais EUA-Reino Unido, tudo isso em meio a grandes protestos e uma petição com mais de um milhão de assinaturas contra sua presença. Agora, anos depois, o cenário se repete com uma mistura de pompa real e tensões diplomáticas e políticas latentes, conforme apurado pelo portal Mundo dos Negócios.

Apesar de meses de planejamento minucioso, que envolveu desde os menus do banquete até os planos de assento e o discurso de sete minutos do Rei Charles III, a possibilidade de imprevistos é real. O Castelo de Windsor, transformado em um anel de aço para satisfazer os mais exigentes agentes do serviço secreto, foi apelidado de "Trumpton" por alguns locais, em referência à massiva presença americana. Para os organizadores reais, o foco tem sido a logística e a segurança, garantindo que o aparato cerimonial seja impecável. No entanto, o desafio maior é fazer com que Trump sinta que recebeu uma visita de estado completa, mesmo com uma agenda de menos de 48 horas que não inclui visitas a Downing Street ou ao Parlamento.

Detalhes do planejamento para o banquete de estado no Castelo de Windsor.

Desafios Diplomáticos e Políticos na Agenda

Um dos maiores nós desta visita é o escândalo envolvendo Lord Mandelson, ex-embaixador do Reino Unido nos EUA, demitido após revelações sobre sua amizade com Jeffrey Epstein. A questão, que certamente dominará a coletiva de imprensa em Chequers, residirá em por que o primeiro-ministro o nomeou e demorou tanto para demiti-lo. Além das turbulências domésticas, a visita é uma oportunidade estratégica para o governo britânico. Ministros esperam fechar acordos sobre tarifas de aço e alumínio, cooperação nuclear civil e uma parceria tecnológica em inteligência artificial e computação quântica. Há também a expectativa de influenciar a postura de Trump em relação à Ucrânia e às relações com a Europa, numa tentativa de solidificar a posição do Reino Unido como aliado primário dos EUA.

Ensaios da Guarda de Honra britânica para a recepção cerimonial.

Divergências Profundas e o Risco para a Monarquia

Apesar de todo o esforço para agradar, existem diferenças profundas entre o Reino Unido e a administração Trump, especialmente em temas como OTAN, Ucrânia, Oriente Médio e a potencial formalização do estado palestino, à qual os EUA se opõem veementemente. Além disso, Trump permanece impopular no Reino Unido, com pesquisas indicando que apenas 16% dos britânicos têm uma visão positiva dele. O governo terá o desafio de justificar o custo e a pompa desta visita aos eleitores. Há também o risco de que, em sua "jogada diplomática", o governo tenha utilizado a força convocatória da monarquia de forma excessivamente transacional, colocando a realeza, que deve permanecer apartidária, em uma posição politicamente delicada. O Mundo dos Negócios continuará acompanhando os desdobramentos desta complexa visita.

Donald Trump e Melania Trump durante visita de estado anterior em 2019.

Fonte: BBC via Mundo dos Negócios

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