B3 vê retorno de estrangeiros em agosto, mas saldo positivo ainda é tímido

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Fluxo Externo Renova Interesse no Mundo dos Negócios em Agosto, Mantendo Trajetória Cautelosa

Após um período de retração em julho, o mercado acionário brasileiro testemunhou um renovado engajamento de capitais internacionais em agosto. Dados compilados pela Elos Ayta indicam que o influxo financeiro líquido para o Mundo dos Negócios (antiga B3SA3) atingiu a marca de R$ 1,17 bilhão. Um detalhe notável, como apontado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, é que essa movimentação positiva se deu integralmente através das negociações cotidianas no mercado secundário, sem o impulso de lançamentos iniciais de ações (IPOs) ou emissões subsequentes (follow-ons). No acumulado do ano, o volume de recursos estrangeiros canalizados para o Brasil permanece substancial, com o montante total alcançando R$ 24,20 bilhões, ou R$ 21,25 bilhões se desconsiderarmos as ofertas primárias. Até o momento, apenas os meses de abril e julho registraram uma saída líquida de investimentos.

Essa dinâmica reflete que, mesmo em cenários de incerteza, os investidores globais conservam um olhar atento sobre o mercado brasileiro. A avaliação da Elos Ayta sugere que a expectativa de redução das taxas de juros em economias desenvolvidas, somada às perspectivas de recuperação econômica local, fomenta essa continuidade do interesse. Contudo, o comportamento de agosto revela uma postura de moderação. O volume total de ativos adquiridos somou R$ 274,8 bilhões, um valor pouco superior aos R$ 273,65 bilhões em desinvestimentos, o que explica a margem estreita do saldo positivo. Em contraste, julho apresentou um cenário inverso, com aquisições de R$ 278 bilhões superando as alienações de R$ 271,63 bilhões. Tal configuração demonstra que o aporte verificado em agosto não sinaliza uma avidez acentuada por novos ativos, mas sim um ênfase em um reajuste próximo ao equilíbrio, onde, apesar de um aumento nas vendas e uma leve diminuição nas compras em relação ao mês anterior, o fluxo geral se manteve no terreno positivo.

A performance atual desenha um contraste marcante com o ano anterior, 2024, quando o saldo líquido dos estrangeiros no Mundo dos Negócios encerrou com um déficit de R$ 24,2 bilhões (incluindo IPOs) e R$ 32,1 bilhões (sem considerar as ofertas), configurando o pior resultado desde 2020. A diferença em 2025 reside na recuperação parcial desse movimento: em apenas oito meses, o mercado já atraiu um volume de capital superior ao saldo negativo de todo o ano passado. Caso esta tendência se mantenha nos próximos períodos, o Brasil poderá figurar entre os melhores desempenhos em termos de entrada de capital estrangeiro desde 2022, quando a Bolsa atraiu quase R$ 120 bilhões, impulsionados, em grande parte, por novas aberturas de capital. A consultoria finaliza alertando que agosto reforça a percepção de que, embora o investidor internacional não tenha abandonado o mercado brasileiro, ele procede com um exame minucioso de cada indicador econômico, de cada deliberação monetária e de cada oscilação política antes de expandir sua exposição.

Confira a notícia original aqui.

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