Banco da Inglaterra: Por Dentro da Fortaleza Histórica com 400 Mil Barras de Ouro
No coração pulsante da City de Londres, ergue-se um edifício centenário que é muito mais do que uma maravilha arquitetónica: é o **Banco da Inglaterra**, guardião de uma das maiores reservas de ouro do mundo. Com seus imponentes portões e corredores que ecoam histórias, este gigante financeiro abriga, em seus cofres subterrâneos, nada menos que 400 mil barras de ouro. Recentemente, em uma rara oportunidade de vislumbrar os segredos por trás de suas muralhas, o portal Mundo dos Negócios destaca a fascinante jornada por esta instituição lendária, que acaba de inaugurar uma exposição especial para marcar um século desde o início de sua reconstrução.
A história do Banco da Inglaterra remonta a 1694, quando foi fundado por Carta Régia para gerir a dívida nacional e garantir a estabilidade financeira britânica. Sua sede na Threadneedle Street, que ocupa cerca de 14.000 m², expandiu-se e foi palco de grandiosas transformações. Embora arquitetos renomados, como Sir John Soane no século XIX, tenham contribuído para sua beleza, o crescimento exponencial de funcionários na Primeira Guerra Mundial (de 1.200 para 4.000) tornou o edifício obsoleto. Assim, entre 1925 e 1939, iniciou-se um projeto de demolição e reconstrução que, apesar de controverso – sendo até mesmo classificado como "o maior crime arquitetónico de Londres no século XX" por um especialista –, custou o equivalente a **quase £285 milhões hoje**. O resultado é uma estrutura imponente, com sete andares acima do solo e três subterrâneos, repleta de símbolos: desde os intrincados mosaicos do artista russo Boris Anrep e as inúmeras esculturas de leões dourados (símbolo de segurança), até as miniaturas do deus romano Mercúrio (finanças e comunicação) nos puxadores das portas, tudo evoca uma mistura de modernidade e um legado que transmite confiança.
Nos Bastidores da Política Monetária e o Tesouro Subterrâneo
É nos salões opulentos do primeiro andar, em uma sala octogonal forrada com seda e adornada com retratos históricos, que se reúnem os membros do Comité de Política Monetária. Ali, longe de ouvidos curiosos, protegidos por portas duplas maciças, são tomadas as decisões cruciais sobre as taxas de juro que impactam milhões de vidas, cumprindo o mandato do banco de gerir a inflação. A atmosfera é de uma seriedade régia, contrastando com os sons ocasionais dos setores de trabalho nos andares inferiores. A segurança é, compreensivelmente, extrema, tornando os tours pelo edifício uma raridade. Para o público, o único vislumbre do vasto tesouro dourado são as duas barras exibidas no museu. Jenni Adam, curadora do museu do banco, expressa o prazer de "abrir a arquitetura" através da exposição "Building the Bank", que estará em cartaz até a primavera de 2027 e oferece uma oportunidade única para o público explorar a riqueza de detalhes e histórias desta instituição vital. O Mundo dos Negócios convida seus leitores a desvendarem mais sobre este bastião da economia global.
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