França em Xeque: Macron Nomeia Sébastien Lecornu como Novo Primeiro-Ministro para Enfrentar Crise e Dívida
A França mergulha novamente em um turbilhão político com o Presidente Emmanuel Macron nomeando seu aliado próximo, Sébastien Lecornu, como o novo Primeiro-Ministro. A decisão, que acontece apenas 24 horas após a saída de François Bayrou em um voto de confiança, coloca Lecornu, de 39 anos e ex-ministro das Forças Armadas, em uma posição desafiadora. Sua experiência, com foco na resposta francesa à guerra na Ucrânia, é agora redirecionada para as complexas questões internas que abalam o país. O Mundo dos Negócios destaca que esta nomeação sinaliza um esforço de Macron para manter a estabilidade em um governo minoritário, mas as tensões políticas permanecem elevadas.
A principal tarefa de Lecornu, conforme declarado pelo Palácio do Eliseu, será consultar os partidos políticos para a adoção do próximo orçamento da França. Este é o mesmo desafio que derrubou seu antecessor, François Bayrou, cuja proposta de cortes orçamentários de €44 bilhões falhou em um voto de confiança na Assembleia Nacional, por 364 votos a 194. Com uma dívida pública assustadora, que atingiu €3,3 trilhões (equivalente a 114% do PIB) no início do ano, Lecornu assume a responsabilidade de guiar o país através de uma crise fiscal e política profunda. Sua missão declarada é defender a independência e a força do país, servir o povo francês e garantir a estabilidade política e institucional.
O Desafio Político e as Primeiras Reações
A nomeação de Sébastien Lecornu foi recebida com reações mistas no cenário político francês. Enquanto aliados centristas, como Marc Fesneau do partido MoDem de Bayrou, acolheram a escolha e apelaram por compromissos em prol da estabilidade e recuperação do país, a oposição de esquerda radical e de extrema-direita condenou a decisão. Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, expressou desapontamento, afirmando que nada havia mudado, e Marine Le Pen criticou Macron por "lançar sua última cartada de seu bunker, junto com seu pequeno círculo de leais". O parlamento fragmentado, resultado de eleições antecipadas após um desempenho fraco nas eleições europeias de 2024, exige de Lecornu uma habilidade de negociação excepcional. Segundo o Mundo dos Negócios, a capacidade do novo Primeiro-Ministro de construir pontes e garantir um acordo sobre o orçamento será crucial para evitar uma nova crise política e a possibilidade de novas eleições, especialmente com protestos anti-governo planejados para esta quarta-feira e uma reavaliação da dívida pela agência Fitch se aproximando na sexta-feira. Édouard Philippe, ex-primeiro-ministro, ressaltou que Lecornu "saberá debater" e precisará desse talento para encontrar um acordo em circunstâncias tão complicadas.
Fonte: BBC via Mundo dos Negócios
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