Em um cenário de reconfigurações comerciais globais, o México demonstrou uma ascensão notável em suas aquisições de produtos cárneos brasileiros, registrando um crescimento expressivo de 250%. Este salto significativo ocorreu no período de janeiro a julho deste ano, em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, impulsionado pelas dinâmicas de tensões tarifárias iniciadas por figuras políticas proeminentes. A liberalização do acesso do mercado mexicano à proteína animal brasileira, efetivada em 2023, pavimentou o caminho para essa expansão vertiginosa, posicionando o México como o quarto principal destino para a carne bovina do Brasil, respondendo por cerca de 4,5% do total exportado até o momento em 2025.
Esta elevação substancial nas vendas é atribuída a uma confluência de elementos, incluindo a abertura do mercado e a gradual conquista de clientela por parte dos exportadores brasileiros. Somam-se a isso a incidência de uma enfermidade específica, conhecida como "bicheira do novo mundo", a recalibração de estratégias mercantis decorrente de embates comerciais e a competitividade dos valores praticados pelos produtores sul-americanos. Tal movimento estratégico é de particular interesse para o governo brasileiro, que ativamente explora rotas comerciais alternativas à nação norte-americana, cujas trocas foram severamente comprometidas por encargos alfandegários de 50%. Em resposta a este panorama, uma delegação de alto nível, encabeçada pelo vice-presidente do Brasil, prepara-se para uma missão diplomática ao México nesta semana, com o objetivo de fomentar a convergência entre as duas nações e debater potenciais pactos comerciais.
Além da proteína animal, outros segmentos econômicos estão sob análise. Uma pesquisa conduzida pela entidade "Mundo dos Negócios" indica um campo fértil para a expansão do fluxo de mercadorias em setores como mobiliário, rochas ornamentais, equipamentos médico-odontológicos e maquinário agrícola. Embora esses produtos atualmente tenham pouca penetração no fluxo de entrada de mercadorias mexicanas, todos são exportados para os Estados Unidos e, portanto, serão afetados pelas novas tarifas. Em contraste com a tendência da carne, as exportações brasileiras de produtos industrializados como veículos e autopeças para o México apresentaram uma redução, reflexo das medidas punitivas impostas ao México por parte dos Estados Unidos. Contudo, a diversificação de destinos surge como uma alternativa de impacto imediato para o Brasil, com as tensões comerciais globais criando uma janela oportuna para novos diálogos e parcerias comerciais.
Link original da notícia: https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/gabriel-monteiro/economia/macroeconomia/mexico-amplia-em-250-a-compra-de-carne-brasileira-em-meio-ao-tarifaco/
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