Alerta no Reino Unido: Estatísticas Oficiais Subestimam em Mais de 50% as Mortes por Opioides
Uma pesquisa reveladora do King's College London, divulgada *exclusivamente* à BBC News e analisada pelo **Mundo dos Negócios**, apontou uma grave subnotificação de mortes por opioides na Inglaterra e no País de Gales. Mais de 13.000 óbitos relacionados a heroína e outros opioides ficaram fora das estatísticas oficiais entre 2011 e 2022. O estudo concluiu que o número real de mortes foi de 39.232, um valor mais de 50% superior ao que era previamente conhecido. Esta lacuna nos dados levanta sérias preocupações sobre a efetividade das políticas governamentais de combate ao vício e a alocação de recursos em saúde pública.
A Falha no Registro e Suas Consequências
A discrepância nos números é atribuída à incapacidade do Office for National Statistics (ONS), o órgão oficial de estatísticas, de acessar relatórios de autópsias e resultados toxicológicos detalhados. Coroners frequentemente não especificam as substâncias exatas nos atestados de óbito, registrando-as apenas em documentos mais completos que não são repassados ao ONS. Essa falha significa que a *base* para a criação de políticas informadas sobre o uso de drogas está comprometida. A história de Ben, filho de Hilary, que faleceu aos 27 anos de overdose de heroína em 2018 e teve sua morte categorizada como "desventura" sem ser incluída nas estatísticas de opioides, é um exemplo *doloroso* de como essa falha afeta famílias e distorce a compreensão da crise.
Impacto nas Políticas e Chamados por Ação Urgente
A falta de dados precisos tem implicações diretas na formulação de políticas de saúde e na distribuição de fundos para serviços essenciais, como forças policiais e saúde pública. A Dr.ª Caroline Copeland, que liderou a pesquisa, alertou que as políticas antidrogas "não terão o impacto desejado a menos que a verdadeira escala do problema seja conhecida". Em resposta, políticos, como os Liberal Democrats, exigem uma *investigação urgente* sobre o erro. David Sidwick, da Associação Nacional de Comissários de Polícia e Crime, prometeu "pressionar fortemente" por mais financiamento para tratamento e métodos inovadores, como a buprenorfina. O próprio ONS, que colaborou com a pesquisa, reconheceu que as informações fornecidas pelos coroners podem ser incompletas. O **Mundo dos Negócios** enfatiza que a correção e transparência desses dados são cruciais para que o Reino Unido possa enfrentar de forma eficaz a crescente crise de opioides.
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