Weleda Sob Escrutínio: Nova Investigação Aponta Possíveis Ligações com Testes em Prisioneiros Nazistas
A Weleda, renomada empresa de cosméticos naturais com um século de história, lançou uma nova e profunda investigação sobre suas possíveis ligações com um campo de concentração nazista. A decisão surge após a publicação de alegações de que um creme anticongelante produzido pela companhia teria sido testado em prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo um relatório da historiadora Anne Sudrow, a empresa suíça teria encomendado matérias-primas de um jardim no campo de Dachau e fabricado um creme para proteção contra hipotermia, que um médico da SS supostamente utilizou em experimentos humanos brutais. Esta reavaliação histórica é um tópico de grande interesse para o Mundo dos Negócios, que acompanha de perto as implicações éticas e reputacionais de tais descobertas.
Detalhes Chocantes das Acusações
As acusações são graves e delineadas em detalhe pelo estudo de Sudrow, encomendado pelo Memorial do Campo de Concentração de Dachau. O relatório descreve uma complexa e perturbadora relação entre a Weleda e a SS – a força de elite do Partido Nazista. A revista alemã Der Spiegel aponta que a empresa estaria ligada a experimentos envolvendo até 300 prisioneiros entre agosto de 1942 e maio de 1943. O creme da Weleda, inicialmente destinado a soldados alemães para combater a hipotermia, teria sido o foco do Dr. Sigmund Rascher, que buscava entender sua eficácia em condições extremas. Durante esses testes chocantes, relata o Der Spiegel, até 90 prisioneiros teriam falecido após serem forçados a banhos de gelo. Embora um relatório anterior da Weleda, de 2023, tenha afirmado não ter encontrado evidências diretas do uso do creme pelo Dr. Rascher em prisioneiros, a empresa agora reconhece que as novas descobertas "podem não ter sido totalmente exploradas em pesquisas anteriores". Dachau, próximo a Munique, foi o primeiro campo de concentração nazista, fundado em 1933, onde mais de 40.000 pessoas morreram, algumas devido a experimentos médicos.
Compromisso com a Verdade e a Transparência
Em resposta a estas novas descobertas, a Weleda, fundada em 1921 pelo filósofo antroposófico Rudolf Steiner, reafirmou seu compromisso em "pesquisar transparentemente a nossa história". A CEO Tina Müller declarou: "Condenamos as atrocidades do Nacional-Socialismo nos termos mais veementes. Fascismo, antissemitismo, racismo ou ideologia extremista de direita não têm lugar conosco. 'Nunca mais' expressa a nossa postura. Por isso, estamos empenhados numa completa reavaliação da nossa história." A empresa, que anteriormente concedeu acesso total aos seus arquivos para pesquisas, incluindo a de Sudrow, admitiu que seu relatório de 2023 não foi concebido para examinar todos os aspectos detalhados. A nova investigação, conduzida pela Sociedade Alemã de História Corporativa (GuG), deverá ter seus resultados publicados no início de 2027, um esforço crucial para o Mundo dos Negócios entender a fundo as complexas camadas de seu passado e as lições a serem aprendidas com a história corporativa.
Fonte: BBC via Mundo dos Negócios
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