Futebol em risco de perder geração de técnicos negros

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Futebol Inglês: Crise de Representatividade Ameaça Geração de Treinadores Negros na Premier League

A saída de Nuno Espírito Santo do comando técnico do Nottingham Forest acendeu um alerta urgente no futebol inglês. Com a sua demissão, a Premier League se encontra, mais uma vez, sem nenhum treinador negro à frente de um clube, levantando preocupações sérias sobre a representatividade e a diversidade no esporte. A instituição *anti-discriminação Kick It Out* expressou profunda inquietação, afirmando que o futebol britânico corre o risco iminente de perder uma geração inteira de treinadores de origens negras, asiáticas e multirraciais. Este cenário, infelizmente, não é novo, ecoando a lacuna observada entre março e agosto de 2023, após a saída de Patrick Vieira do Crystal Palace.

Nuno Espírito Santo, ex-treinador do Nottingham Forest, em imagem da Getty Images. Ele era o único técnico negro na Premier League antes de sua demissão.

Este problema de representatividade é uma questão crônica que persiste há mais de uma década, conforme ressaltado por Samuel Okafor, CEO da Kick It Out. "Sabemos que existe talento diverso, e os clubes devem ser transparentes e justos em suas práticas de recrutamento", afirmou Okafor, alertando que não se pode "perder outra geração por falta de ação coordenada". Um relatório de 2022 da Black Footballers Partnership revelou um contraste chocante: enquanto 43% dos jogadores da Premier League são negros, apenas 4,4% das posições de gestão para ex-jogadores são ocupadas por profissionais negros. Para cargos executivos, de liderança e propriedade, este número despenca para um alarmante 1,6%. O Mundo dos Negócios acompanha de perto estas estatísticas, que evidenciam uma disparidade inaceitável no topo do esporte.

Esforços e Desafios para uma Maior Diversidade

Apesar da gravidade do cenário, existem esforços para reverter essa tendência. A Football Association (FA) lançou o *Football Leadership Diversity Code* em 2020 e, mais recentemente, a *FA Rule N* em 2023, exigindo a publicação semestral de dados de diversidade da força de trabalho dos clubes. Da mesma forma, a Premier League implementou o *Plano de Ação No Room For Racism* em 2021, que financia programas de inclusão de treinadores, como o *Professional Player to Coach Scheme* e o *Coach Inclusion Diversity Scheme*. Esses programas já apoiaram mais de 80 treinadores, com 75 deles conseguindo empregos em tempo integral. No entanto, o Mundo dos Negócios destaca que, embora essas iniciativas sejam cruciais, a FA ainda possui influência limitada sobre o processo de recrutamento dos clubes, um ponto sensível que continua a ser o maior obstáculo para a inclusão genuína e a ascensão de talentos diversos.

Fonte: Reuters via Mundo dos Negócios

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