Revés em Buenos Aires: Milei fará 'autocrítica profunda', mas não abandona seus planos.

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Revés Eleitoral Chacoalha a Argentina: Milei Mantém Rota Econômica Após Derrota em Buenos Aires, mas Promete Autocrítica

O presidente argentino, Javier Milei, enfrenta um momento crucial após seu partido sofrer uma derrota significativa nas eleições provinciais de Buenos Aires. Apesar do revés eleitoral nas mãos da oposição peronista de centro-esquerda, Milei reafirmou seu compromisso inabalável com o programa econômico de livre mercado, embora tenha prometido uma "autocrítica profunda". Para o Mundo dos Negócios, este resultado não apenas reflete o complexo cenário político argentino, mas também serve como um importante termômetro para as próximas eleições de meio de mandato nacionais.

Com 91% dos votos apurados, a oposição peronista conquistou cerca de 47% dos votos na maior província do país, um antigo bastião peronista, superando os 34% do partido La Libertad Avanza, de Milei. Esta diferença de 13 pontos porcentuais representa um claro indicativo da insatisfação em algumas camadas da população. Da sede de campanha de seu partido, Milei reconheceu abertamente: “Hoje sofremos uma derrota clara. Tivemos um revés eleitoral e temos que aceitá-lo.” No entanto, o presidente frisou que não se desviará da busca por um superávit orçamentário e das prioridades de política monetária e cambial de seu governo, apesar da necessidade de uma autoavaliação.

Impacto nos Mercados e os Desafios à Frente

A repercussão nos mercados financeiros foi imediata. Operadores já previam que uma derrota por mais de cinco pontos do partido de Milei desencadearia uma forte queda nos ativos locais. De fato, o peso argentino já mostrava sinais de desvalorização antes mesmo da divulgação oficial dos resultados, e os títulos em dólar do país já acumulavam perdas significativas. Analistas como Matias Montes, chefe de estratégia da EMFI Securities, consideraram o resultado “pior do que o consenso esperava”, mas ainda apostam que a diferença de votos pode diminuir para as eleições de meio de mandato em outubro. Ramiro Blazquez, estrategista da Stonex, sugere que “somente uma reorganização ministerial conterá a derrocada dos preços dos títulos” e que os libertários “precisarão repensar não apenas sua política econômica, mas, principalmente, sua estratégia política para retomar a iniciativa.” O Mundo dos Negócios acompanha de perto os próximos passos de Milei, que enfrenta um Congresso minoritário, escândalos de corrupção em seu governo e uma economia em contração, com o desafio de renovar quase metade do Congresso no final de outubro.

Fonte: Reuters via Mundo dos Negócios

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