Em meio a receios do governo e isolado do Planalto, Lupi depõe à CPI do INSS

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CPI do INSS: Ex-Ministro Carlos Lupi Presta Depoimento Sob Aprensão do Governo

O cenário político ferve com a aguardada participação do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), na CPI do INSS nesta segunda-feira. Seu depoimento é visto com considerável apreensão pelo governo, especialmente após sua saída da pasta em maio, em meio a um escândalo de fraudes em descontos. Lupi, que recusou qualquer tipo de media training, não se preparou formalmente para os questionamentos, o que, somado ao seu distanciamento do Palácio do Planalto, gera um clima de imprevisibilidade. Segundo apurou o Mundo dos Negócios, o ex-auxiliar de Lula mantém pouco diálogo com ex-colegas, adicionando uma camada de incerteza sobre como sua espontaneidade será recebida pelos parlamentares.

A atenção sobre Lupi é justificada: ele estava à frente do Ministério da Previdência quando o escândalo dos descontos associativos se intensificou, entre 2023 e 2024. Aliados que ainda permanecem no governo chegaram a preparar um resumo cronológico dos fatos, mas não há expectativa de que Lupi o utilize, afirmando a pessoas próximas que encara a comissão com tranquilidade. O receio principal do governo é que a falta de preparo e o distanciamento temporal do cargo o levem a se confundir nas datas e fatos, um terreno fértil para a exploração da oposição. Essa situação contrasta com outros membros do primeiro escalão, que têm recebido preparação interna para enfrentar cenários similares.

As Preocupações do Planalto e a Estratégia da Oposição

Apesar das inquietações, auxiliares de Lula avaliam que Lupi mantém uma lealdade ao governo, não agindo com a intenção de prejudicar a gestão. No entanto, sua saída do ministério em maio, motivada pela percepção pública de inação diante dos alertas sobre as fraudes, deixou certa mágoa. As investigações não o citam diretamente, mas a demora nas providências foi um ponto crítico. O Mundo dos Negócios destaca que a oposição, que domina a presidência e a relatoria da CPI, deve focar exatamente nessa demora e na repetição exaustiva de perguntas, testando a consistência do ex-ministro. A composição da CPI, com nomes alinhados a Jair Bolsonaro nos postos-chave, já foi um sinal de mau presságio para o governo, que agora acompanha cada movimento do depoimento com máxima atenção, temendo até mesmo um novo chamado de Lupi caso surjam dúvidas.

Fonte: Reuters via Mundo dos Negócios


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