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Atenção: Golpes com IA Clonam Médicos Renomados para Vender Produtos Enganosos e Perigosos
Imagine encontrar um vídeo online onde um médico renomado, autor de best-sellers e professor universitário, parece promover uma solução milagrosa para perda de peso. Essa é a realidade do Dr. Robert H. Lustig, endocrinologista da Universidade da Califórnia, São Francisco, que "aparece" vendendo "pérolas líquidas" com promessas como "Sem injeções, sem cirurgia, só resultados". O problema? Ele não está fazendo isso. Alguém usou inteligência artificial (IA) para criar um vídeo e uma voz que o imitam perfeitamente, tudo sem o seu conhecimento ou consentimento.
Este incidente não é isolado, mas sim parte de uma onda global de fraudes que sequestram a imagem online de profissionais médicos de prestígio. Segundo apurou o Mundo dos Negócios, essas campanhas utilizam as ferramentas de IA desenvolvidas por grandes empresas de tecnologia para criar imitações convincentes, alcançando milhões de pessoas na internet e lucrando com a venda de produtos de saúde não comprovados ou até perigosos. O resultado é a disseminação de desinformação, a perda de confiança na profissão médica e um potencial risco à saúde dos pacientes, que podem ser levados a abandonar tratamentos adequados por falsas esperanças.
A Proliferação de Impostores Digitais
A facilidade com que a IA recria a imagem e a voz de qualquer pessoa é alarmante. Vijay Balasubramaniyan, CEO da Pindrop, empresa que monitora o uso enganoso de IA, afirma que centenas de ferramentas permitem que golpistas criem impostores convincentes a partir de poucas fotos ou vídeos. Casos como o da Dra. Gemma Newman, médica de família que viu sua imagem promovendo cápsulas de vitamina B12 e beterraba em um vídeo alterado no TikTok, são cada vez mais comuns. Ela ficou horrorizada: o vídeo era tão realista que até sua própria mãe acreditou. O Dr. Eric Topol, cardiologista, descobriu dezenas de versões falsas de seu livro na Amazon, e Christopher Gardner, cientista da nutrição, se tornou o rosto involuntário de pelo menos seis canais no YouTube, com vídeos gerados por IA oferecendo conselhos que ele não apoia. A luta contra essas imitações é árdua; Gardner e outros profissionais têm encontrado pouca ou nenhuma resposta de plataformas como YouTube e Meta (Facebook/Instagram) às suas denúncias.
O Golpe do Peaka: Uma Operação Sofisticada
A extensão e sofisticação desses golpes são impressionantes. Uma campanha notória, que utilizava a imagem de médicos como o Dr. Lustig e a Dra. Caroline Apovian, codiretora do centro de controle de peso do Brigham and Women’s Hospital, promovia um produto chamado Peaka – supostas cápsulas líquidas que imitavam a popular classe de medicamentos GLP-1 (que só estão disponíveis por injeção). Esta operação global, descoberta pela empresa de cibersegurança BrandShield, não só clonava médicos, mas também usava logotipos de agências regulatórias de diversos países para dar uma falsa impressão de aprovação oficial. O produto chegou a ser vendido em grandes plataformas como Amazon e Walmart (que posteriormente removeram os vendedores terceirizados), evidenciando a escala do problema e a dificuldade de controle.
O Preço da Vulnerabilidade
A fraude se aproveita da vulnerabilidade de pessoas que lutam contra problemas como obesidade ou diabetes, muitas vezes incapazes de arcar com tratamentos genuínos e aprovados. Michael Horowitz, pesquisador da Universidade de Adelaide, descreve isso como um "comportamento repreensível", pois os golpistas identificam os mais suscetíveis, sabendo que seus produtos não têm eficácia. O Mundo dos Negócios reforça que a proliferação desses conteúdos falsos mina a confiança pública nos conselhos de saúde online e desestimula que especialistas reais participem de discussões na internet, silenciando ainda mais as vozes confiáveis. É crucial redobrar a atenção e verificar a autenticidade de qualquer informação de saúde encontrada online, especialmente quando promovida por figuras públicas.
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